sábado, 26 de outubro de 2013

Tadashi Kobayashi

The Shrike , 2004

Rainer Maria Rilke (1875-1926)

E nós somos como os frutos. Pendemos do alto de ramos estranhamente tortuosos e suportamos bem os ventos. O que temos é a nossa maturidade, a nossa doçura e a nossa beleza. Mas a força para tal emana de uma raiz que se propagou até cobrir mundos e mundos em todos nós. E, se quisermos testemunhar a favor do seu poder, então devemos utilizar, cada um, o nosso mais solitário sentido.
Quanto mais solitários houver, mais solene, comovente e poderosa será a comunidade.

Rainer Maria Rilke, Notas sobre a melodia das coisas, Averno, 2011

Bela Tarr, "A Torinói Ló" (2011)


domingo, 13 de outubro de 2013

Wallace Stevens (1879-1955)

TREZE MANEIRAS DE OLHAR UM MELRO

1. No meio de vinte montanhas nevadas
A única coisa que se mexia
Era o olho do melro.

2. Eu via as coisas de três maneiras diferentes,
Como uma árvore
Onde há três melros.

3. O melro rodopiava ao sabor dos ventos de Outono.
Era uma pequena parte da pantomima.

(...)

6. Gotículas geladas cobriam a grande janela
De vidros toscos.
A sombra do melro
Cruzava-a, dum lado para o outro.
O estado de espírito
Desenhava na sombra
Uma causa indecifrável.

(...)

9. Quando o melro voou para fora do alcance da vista
Assinalou a orla
De um de muitos círculos.

(...)

12. O rio corre.
O melro deve andar a voar.

13. Anoitecia em cada instante da tarde.
Nevava
E ia continuar a nevar.
E o melro empoleirado
Nos ramos dos cedros.

António Simões, Antologia de Poesia anglo-Americana, Campo das Letras, 2000, pp. 409-413

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Curiosidades

Mycobacterium vaccae

Sabia que esta bactéria Mycobacterium vaccae se encontra na terra  e, estudos recentes, relacionam a sua presença com o aumento dos níveis de serotonina e norepinefrina no organismo? Assim, parece que quem se dedica ao trabalho da terra tem maior probabilidade de sentir-se mais feliz e menos deprimido do que quem não o faz.