Eu vi a agricultura: semeavam.
Mulheres cavam desfazem
os mesmos cômoros, abaixam-se sobre a leira,
poisam a semente,
caminham e cantariam
alto se algum silêncio vasto
se formasse ou o criassem
os gestos - a semear.
As vinhas são o campo duro
aonde andam. Dobram o flanco - é a poeira, são
os nimbos espessos, as nebulosas.
Mulheres que habitam o tempo:
jubilam com a luz
de primavera ou verão (só a suavidade)
dormem debaixo
de águas sendo agrestes, das noites todas.
Param, com o tempo, na entrada,
em casas áridas. Assim lançaram
ao pó seu grão,
amam a terra,
assim a morte as prende.
Fiama Hasse Pais Brandão, O Texto de João Zorro, Editorial Inova, 1974, p. 95
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