Portugal está pobre, não tem para pagar as dívidas; não tem para se manter; e de ano para ano se deteriora a sua sorte. O presente é um martírio, o futuro, que deve resultar da continuação de tal presente, horroriza a imaginação.
Portugal está desatado; há insociabilidade, há ódios mútuos e acerbos, e que, herdados e transmitidos pela educação, se tornarão ainda mais implacáveis.
Portugal (consequências legítimas das duas verdades precedentes) tem a sua moralidade relaxada, ou perdida. O instinto lhe está aconselhando Agricultura, como riqueza, como vínculo, como civilização.
António Feliciano de Castilho, Felicidade pela Agricultura, 1848
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