domingo, 22 de junho de 2014

Manuel de Castro (1934-1971)

O poeta não tirava retratos
A ERC JOSAMU JOVE

Nós, os intocáveis, os imundos, recusamos
nossa vida à condição comum.
Porque é intemporal a rosa que nos leva
entre o dia e a noite.
Nós, os derrotados, impuros, oferecemos
nossa miséria a um significado
oculto e diferente -

asa branca na varanda
nome escrito nos telhados
estrada atravessando a terra de ninguém

Nós os últimos dos últimos coroamos
impérios e jardins. (Paralelo W, s/ p.)

in " Manuel de Castro ou a Passagem Invisível" de Manuel de Freitas, Cão celeste, nº 5, Maio de 2014

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