quinta-feira, 20 de junho de 2013

Anna Enquist

CENA CAMPESTRE

A casa esperou por nós
pensamos. O duplo renque de árvores
acena-nos que nos cheguemos. Num sussurro,
o rio vai escorrendo cheio
entre as margens.

À hora exacta, o sol vai esconder-se
por trás dos campos. A escuridão
envolve a casa que nos protege.
Acendemos o fogo, bebemos
entre as paredes.

Vendi-me inteira à
segurança e debruço-me da janela.
Dormem cavalos e galos, a água
pisca o olho à lua, e eu a pagar,
sempre a pagar.

Rosa do Mundo - 2001 Poemas para o Futuro, Assírio & Alvim, 2001, p. 1814

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