domingo, 9 de junho de 2013

Antero Valério


1 comentário:

  1. A circular no Facebook:

    Quanto à greve dos Senhores Professores agendada para os dias de exames:
    1. Tenho uma filha que será afectada, pois pelo menos um dos exames coincide com as datas conhecidas.
    2. Apoio a greve.
    3. Informei a minha filha que o(s) exame(s) que não puder fazer naquele dia(s) certamente que se fará(ão) noutro(s) dia(s).
    4. Informei a minha filha que os professores não irão trabalhar naquele dia porque estão em luta pelos seus direitos e que por tal vão perder um dia de salário.
    5. Informei a minha filha que não há greves sem prejuízo, nem prejudicados – aliás essa é a força da greve.
    6. Informei a minha filha que numa sociedade solidária, mesmo quando não ganhamos nada directamente pode acontecer que sejamos chamados a lutar pelo que é certo, mesmo com prejuízo em causa própria.
    7. Informei a minha filha que numa sociedade solidária, ninguém pode aceitar como bom, que as famílias partilhem menos uma hora por dia, que se despeçam pessoas aos milhares e se diga que tal é bom, que se trabalhe gratuitamente, que se reduzam remunerações, que se retirem direitos aos fracos quando se engordam os ricos, que se desprezem e menosprezem as pessoas e que se castiguem os que nada fizeram e se dê cobertura aos que a este ponto nos trouxeram.
    8. Informei ainda que a possibilidade dela ter de fazer o(s) exame(s) noutro(s) dia(s) representa o(s) contributo(s) dela para uma sociedade justa.
    9. Pedi desculpa à minha filha, por não ter sido capaz de evitar que ela, tão nova, tivesse que participar num processo de combate político, mesmo que passivamente. Pertenço a uma geração de inertes, que tudo delegam e depois ousa estranhar a acção dos que diferem e vão à luta.

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