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Resposta da TERRA
A Terra ergueu a cabeça,
Do fundo da escura treva.
Sem grão de luz:
Horror de pedra!
Seus cabelos, de tormento, brancos.
«Presa da margem das águas,
O zelo estrelado guarda a minha tenda.
Frio e rouco
Chorando as mágoas
Escuto o Pai dos homens de outrora.
Pai dos homens ruim!
Medo cruel, ciumento, egoísta!
Como há-de o prazer,
Acorrentado na noite,
Dar à luz a manhã virginal?
Oculta a primavera os ardores
Quando despontam rebentos e flores?
Quem semeia,
Semeia de noite?
E quem lavra, lavra no escuro?
Quebra este elo apertado,
Que deixa o corpo gelado.
Egoísta! Vã!
Eterna ruína! Que o livre Amor acorrenta.»
William Blake, Cantigas da Inocência e da Experiência, Antígona, 2007
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