Os jovens tinham que crescer como juncos, directos e leves, naquele denso arvoredo de velhos, egoístas, pesados de pequenas infâmias circulares, como as que envolvem o cálculo da vida em comum e as renúncias que a idade vai talhando, executando na alma uma escultura cheia de vazios, como as de Moore. Gigantesca estátua de solidão, esburacada aqui e ali, como se nela faltasse a gratidão ou o artigo máximo de espaço vital, que é o amor.
Agustina Bessa-Luís, O Mosteiro, Guimarães, 1995, p. 105
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