segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Agustina Bessa-Luís


Os jovens tinham que crescer como juncos, directos e leves, naquele denso arvoredo de velhos, egoístas, pesados de pequenas infâmias circulares, como as que envolvem o cálculo da vida em comum e as renúncias que a idade vai talhando, executando na alma uma escultura cheia de vazios, como as de Moore. Gigantesca estátua de solidão, esburacada aqui e ali, como se nela faltasse a gratidão ou o artigo máximo de espaço vital, que é o amor.

Agustina Bessa-Luís, O Mosteiro, Guimarães, 1995, p. 105

Sem comentários:

Enviar um comentário