segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Jorge Sousa Braga

 Biologia Vegetal, p. 437
Raízes

Quem me dera ter raízes,
que me prendessem ao chão
Que não me deixassem dar
um passo que fosse em vão.

Que me deixassem crescer
silencioso e erecto,
como um pinheiro de riga,
uma faia ou um abeto.

Quem me dera ter raízes,
raízes em vez de pés.
Como o lódão, o aloendro,
o ácer e o aloés.

Sentir a copa vergar,
quando passasse um tufão.
E ficar agarrado,
pelas raízes, ao chão.


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