terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Luiza Neto Jorge (1939-1989)

A MAGNÓLIA

 A exaltação do mínimo,
e o magnífico relâmpado
do acontecimento mestre
restituem-me a forma
o meu esplendor.

Um diminuto berço me recolhe
onde a palavra se elide
na matéria - na metáfora -

necessária, e leve, a cada um
onde se ecoa e resvala.

A magnólia,
o som que se desenvolve nela
quando pronunciada,
é um exaltado aroma
perdido na tempestade,

um mínimo entre magnífico
desfolhando relâmpagos
sobre mim.


Luiza Neto Jorge, Poesia, Assírio & Alvim, 1993, p. 137

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